terça-feira, 26 de outubro de 2010

Chapter VII – Recomeço...

Um mundo completamente vazio e perdido no espaço e no tempo, enorme e pequeno ao mesmo tempo, no meio deste vazio há um homem com um conjunto de terno preto, uma gravata vermelha sangue, longos cabelos negros e um olhar contemplando o vazio, este lugar místico onde tudo se cria e tudo se vai, neste lugar passa todas as passagens de sua mente e sua vida, mas elas só passam... nenhuma fica pois ali reina o nada.

Este vazio se torna uma grande faculdade local, com infinitas salas, o espaço antes vazio passou a ser um espaço preenchido com pessoas e cimento, o homem também muda, suas vestes mudam, seu jeito muda, ele cumprimenta aos conhecidos que passam por ele com um sorriso, encontra seus amigos, com o calor da amizade naquele momento, conversa sobre a vida, fofocas, senta, lê, estuda, tem preguiça, brinca, dar sorrisos ao lado das pessoas. Todo conteúdo desse espaço se vai, entrando outro em seu lugar, uma academia de artes marciais, um mestre severo, disciplina, quietude, postura, pouca conversa, nenhum sorriso, suor, dor. Uma lanchonete se forma após esse vazio, o rapaz senta com suas vestes e roupas suadas, esboça um sorriso carismático, chama a garota que serve os lanches pelo nome, pede seu pedido de sempre, no ônibus de volta para casa, passa por diversos cenários enquanto escuta musica pelo celular. Todos esses cenários vem e vão, assim como os comportamentos, roupas, gestos, palavras, ações vem e vão, a única coisa que nunca muda, é que ali reina um espaço vazio, que por ser vazio pode abrigar tudo e a todos ao mesmo tempo sem fazer confusão, pois ali reina o vazio.

O poder das decisões certas, o controle total de suas emoções, sentimentos, casos e acasos estão nas mãos dele, como uma bola de cristal que prevê todos os eventos. Segurando esta esfera brilhante, ele contempla o verdadeiro espaço que ali reina, nenhum daqueles cenários chegou ao menos a triscar em seu verdadeiro eu.

Essa quietude às vezes pode ser perigosa, pois com ela esquece-se o verdadeiro motivo das coisas serem assim, esse perigo surge uma brecha, o sistema deveria ser perfeito, porem crê-se que o sistema ainda é novo e precisa de reparos até chegar a sua estabilidade total. Essa brecha permitiu que um dos cenários triscasse em seu verdadeiro espaço. O homem ali parado se viu realmente envolvido por um daqueles cenários, sintoma principal? Sentir falta. O sentimento de falta é um dos mais perigosos sentimentos que se pode ter dentro da sua mente, pois ele evoca uma coisa chamada ciúmes. E esse sim é o grande poder da negatividade dentro desse espaço vazio.

Uma pessoa sem querer entrou dentro dessa brecha, essa jovem com seu belo rosto, cabelos curtos e negros, acabou triscando dentro desse espaço, acabou vendo a verdadeira face dentro daquele mundo de cenários, instintivamente o rapaz estendeu sua mão para a jovem, que triscou em seus dedos e acabou se queimando pelas vias de chamas negras, ao perceber isso, retraindo-se ele simplesmente da o aviso.

- Este sou eu e aqui você só fará se queimar.

Claramente tudo estava em seu devido lugar, dentro dessa brecha, tudo se fecha, e logo a jovem se vai, para seu devido lugar, talvez nunca mais volte...

O jovem andava silenciosamente sobre sua terra negra e olhava para suas mãos, ao olhar aquelas vias de chamas negras em suas mãos ele lembrara de todo seu passado, e via que ali dentro, não existia nenhum talento para fazer o bem, mas somente para o mal, por instinto essa era a sua sina.

- Eu machuco e sempre machucarei todos aqueles que entrarem aqui... – Dizia ele seco – Este é meu destino... – Olhava para o céu escuro e com poucas estrelas...

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