sábado, 14 de agosto de 2010

Chapter II - Desabafo pro(a) Nada....

Um salão todo bordado com entalhes em preto com as paredes em vermelho, um lustre de cristal encima com um liquido viscoso vermelho dentro dele, uma vitrola velha com entalhes dourados e um disco desligado, no banco havia um homem com roupas sociais negras , cabelos ondulados negros e olhos azuis mortos, do outro lado encostado na parada com roupas mulambentas, uma camisa preta folgada e uma calça jeans surrada, encostado na parede do lado da única porta do local, um aporta de madeira velha, sem trinco...

- O que você tem? - Perguntava o rapaz de olhos azuis mortos.
- Nada.... – Respondia o rapaz jogado.
- Eu te conheço faz um tempinho guri... – O jovem tomava um gole de vinho em sua taça dourada.
- Eu quero morrer.

O rapaz elegantemente se virava mais para encarar o jovem desarrumado a sua frente para encará-lo com certa ironia.

- Morrer? Por favor, para que isso? Por que isso? – Dizia o jovem curioso.
- Por que eu quero começar tudo denovo....
- É assim? Erra e quer “resetar” ? Pensa que a vida é fácil ?
- A vida não é fácil, mas ela foi muito difícil.
- Uai, não gostava dos “desafios”? - Dizia em um tom irônico.
- Eh... – O rapaz isolava-se em seu próprio mundo mental...

O jovem estava sentado olhando para o rapaz ali a sua frente, eles eram parecidos, praticamente iguais, porem o rapaz desleixado possuía olhos castanhos escuros e uma feição bem acabada.

- Eu... – Sussurrava o jovem encostado na parede – Eu quero acabar comigo, beber, fazer qualquer coisa que acabe com meu amor e orgulho próprio, eu quero me jogar na sarjeta por vontade própria, cair de não conseguir levantar – Soluçava – Acabar com minha alma até os últimos vestígios acabar com todo o orgulho dentro de mim, fazer tudo q eu sempre desaprovei, me jogar no pior de todos os casos – As palavras já estavam entre soluços e lagrimas – Me olhar no espelho e nunca mais cogitar em querer falar nada que seja “certo”, não quero mais esse fardo de me sentir “certo” ou “superior” eu quero o mais baixo nível de todos, para poder ficar calado, quieto, destruído... mas em paz! Sem querer ter o direito de encontrar alguém “certo” não quero mais isso, eu não quero mais sofrer desse jeito, com tudo de ruim dentro de mim, ciúmes, posse, tudo q eu acho que “devo dar” e “quero em troca” eu não quero mais isso, eu cansei de sofrer com isso, cansei, cansei cansei!!!! – O desespero e insanidade eram como uma melodia harmônica vindo da alma.

O jovem de roupas sociais negras se levantava e sentava ao lado de seu companheiro, envolvia seu braço na lateral dos ombros do jovem desesperado...

- hum... complicado. – Olhava para o garoto triste com olhos realmente preocupados e sinceros.

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